quarta-feira, 19 de outubro de 2011

VISÃO DE FORA

O que eu sempre quis dizer, simplificando, é que “saiamos de nossa tribo”, pois o bicho homem é uma coisa só, assim como a realidade.
Olhando “de fora das tribos”, podemos contemplar com maior lucidez a paisagem ao redor…
Por analogia, exemplifico que os cristãos seriam uma tribo, os mulçumanos outra, os budistas outra, e por aí vai…
Quem ficar “mergulhado” somente na sua tribo ficara obliterado da visão maior do todo.
Quando o homem primitivo não conhecia ainda o mundo, sua tribo era todo seu mundo, e ele somente conhecia a sua cultura, produzida ali, localmente. Agora, com tudo ficando globalizado, as tribos se misturarão de vez, é uma tendência social evolutiva, e somente o melhor de cada uma será absorvido pelas outras.
Enquanto não vier esse grande mix de cultura, inevitável nas próximas gerações,o ideal é sair na frente. Se iniciarmos um preparo de acumulação de informações (ler), sem nenhum preconceito ou limite, inevitavelmente seremos a maioria “seculares”.

domingo, 16 de outubro de 2011

CRONICA DA “NESCIFICAÇÃO” PLANEJADA – Originalmente publicada em Fev/2003



CRONICA DA “NESCIFICAÇÃO” PLANEJADA – UMA "CUTUCADA" NAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Originalmente publicada em Fev/2003

Quando se é razoavelmente curioso e dotado de boa vontade, somos quase que idealistas quanto à ideia de que Buda estava certo (mesmo não sendo nós budistas).

Buda pregava a negação da ignorância, e é nisso que também creio. Somente a busca do conhecimento e a simplificação dos desejos combinados, poderiam salvar o homem da selvageria animal.

O homem num estágio ignóbil sempre será um animal potencialmente selvagem. E um agrupamento deles (como as cidades de hoje) nos assombra com anarquia e balbúrdia, intolerância e violência.

Nunca a nossa sociedade precisou tanto de conhecimentos básicos! Digo de noções de cidadania e sociedade, filosofia e humanismo. Tudo isso antes das religiões.

Os conhecimentos básicos unem o homem, já as religiões separam o homem em nichos distintos conforme origem, raça etc.

O homem se sente irmão do próximo em situações limite, mas ao inferirem preceitos religiosos, se não são da mesma casta, origem, etc, se segregam uns aos outros e pouco se toleram.

Sabemos ser impossível que todas as centenas de milhares de crenças de todos os recantos do mundo pensem da mesma maneira, numa improvável unificação.

Quem tem noção da vasta miríade de entes e deuses bem sabe que somente uma educação focando os conhecimentos básicos pode ensinar aos homens que, se não todas, a maioria dessas crenças são na verdade crendices, e que é possível viver bem sem suas auras misteriosas, normalmente mais repletas de sombras do que luzes.

Nós, ingênuos idealistas do conhecimento achamos que lentamente a raça humana absorverá a sabedoria e seu conseqüente “autofeedback”, dando início ‘a verdadeira evolução do homem.

Sim, pois ainda mal saímos das cavernas! Praticamente só começamos a evoluir socialmente.

Tudo de bom que o homem tem e fez é proeza somente de uma ínfima minoria que adquire conhecimentos! 

Imaginem quando mais homens também passarem a aprender direito, o tamanho do salto que a humanidade dará. Beiraríamos todas as utopias, certamente.


Por esse raciocínio e maneira de viver, é que me choco profundamente com algumas “literaturas”, que parecem terem sido planejadas para matar o conhecimento.

Sim! Matar aos poucos, subjugando o incauto leitor, minando sua centelha de inteligência e conduzindo suas conclusões para um estado quase catatônico.

Tudo bem, que por fé ou algo que o valha, ensinem-se preceitos ditos divinos ou sagrados, mas o que estou me referindo como chocante é o ataque frontal ‘a verdade, feito por exemplo, pelos textos dos escritores da “Watch Tower” (Testemunhas de Jeová). Tenho certeza que praticamente não há crime maior, já que tais publicações são verdadeiros atentados ao futuro da raça humana.


Seus autores são verdadeiros “falsos profetas”, apaziguadores de mentes, como que ficassem molhando brasas, que ficam sem nenhuma chance de virarem fogueiras criativas.

Eles implacavelmente não deixam chance alguma de seu leitor se interessar mais por nada que exceda certo limite.

Leitores que morrem pensando que pensaram, achando que acharam, concluindo que concluíram. Pássaros ímpares, criados em gaiolas, sem noção dos vastos ares.

Esses autores produzem legiões de néscios envernizados, com aparência de doutos, sem realmente o serem.

Tenho vontade quase de chorar por eles - (não têm muita culpa, afinal) - pois foram aliciados, conduzidos, desvirtuados por alguns perturbados também envernizados, passando-se por salvadores, quando na verdade são como foguistas do mal, atirando incautos carvões vivos na caldeira da mediocridade consentida.

Malditas revistas "SENTINELA" e "DESPERTAI".

Do âmago de meu amargor, um hálito otimista me conforta:

São apenas areias na engrenagem, que um dia serão trucidadas na máquina da verdade, e o atraso dos homens será passado, no brilhante futuro que os verdadeiros livros nos proporcionarão.