Mas... a empatia está lá. Muitas vezes queremos achar que
não, mas de vez em quando constatamos que ela está lá sim! Basta morrer um
conhecido nosso, um amigo ou um vizinho, deixando seus familiares desesperados
com tamanha e ignominiosa tragédia.
Morreu um amigo meu de infância, talvez não o que mais
compartilhou lembranças comigo, nem o maior deles, mas entesouro vários bons
momentos, mesmo mais de 30 anos depois.
Deixou 3 amorosas filhas, mulher e muitos amigos e
parentes embasbacados.
É óbvio que o baque de sua perda em mim foi grande, mas
maior ainda é a tristeza de ver suas 3 filhas e sua mulher destruídas e
inconsoláveis.
O maldito câncer estava lá também. Implacável. Silencioso.
Doloroso. Nem deu tempo para tratar. E o pior é que o cara vivia fazendo check-ups.
Tinha o maior cuidado de pagar planos de saúde e freqüentá-los periodicamente,
pois sendo um pai responsável, queria obviamente viver mais e melhor com sua bela
família. Não deu.
Não dá para conceber lógica alguma possível!
Para meu descrente ponto de vista, mais provas da ausência
da providência divina. Não adianta! Minha mente friamente conclui que
simplesmente NÃO PODE HAVER DEUS! Principalmente aquele bíblico, apático, ridículo,
ausente. Aquele que tudo pode, e tudo deixa acontecer. Dane-se a eternidade! Não
pedimos para nascer, e preferimos ser felizes aqui e agora.
Mas nesse caso, todas as vezes que iniciei o choro, foi
pensando nos vivos. Nos vivos que sofrem com a ida dos entes queridos.
Querido amigo: Desculpa se resisti ao choro pela sua morte
precoce, mas deves entender que o pior é a sua falta para os que te amam.
Você já descansou, e a gente aqui nesse mundo, sentindo a
sua falta e aguardando nossa vez, ainda não.
PAX AETERNA!