sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
A MENTE HUMANA CRIANDO DEUS, PODE ESTE PASSAR A EXISTIR?
Pergunta/tema de DANIEL LIMA, via Facebook:
Sendo a mente humana a única força criadora que conhecemos, inclusive de Deus, a mente humana criando Deus, pode este passar a existir?
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Devemos pensar na mente humana mais como um tipo de esponja "armazenadora" e "misturadora" do que verdadeiramente "criadora". Ela é um processador, simulador, que apenas re-arranja o material que entra, e a isso conveniamos rotular de criação.
Precisamos lembrar que não tem nada de "nobre" ou diferente em nossas mentes.
Pelo universo afora existem as mesmas matérias primas, energias e leis naturais que possibilitaram a nossa ser criada aqui, na terra, e não há porquê tal fenômeno não possa se repetir VÁRIAS VEZES.
Logo, o bom senso diz que a mente é inerente à matéria. Matéria essa, é óbvio, montada em arranjos organizados (organismos vivos).
Mas mesmo que a mente seja comum na natureza cósmica, tudo o que ela emula, de certa forma termina fazendo parte do mundo real também, porém com algumas restrições.
Por exemplo, "existem" músicas ainda não compostas. Na verdade, todas sempre existiram como possibilidade. Algumas talvez nunca sejam "descobertas" na terra.
Um dia, alguma mente consegue captar/combinar as notas necessárias para que aquela harmonia específica seja emitida. Para isso, ela teve que emular/imaginar a tal canção.
A nona sinfonia de Beethoven já existe "diluída" na natureza POR TODO O COSMO, e ele teve que "ouvi-la com a mente" primeiro, testando nota a nota até a coisa ficar "redonda", coisa que somente alguns podem conseguir, devido a habilidades especiais (dom musical/capacidade de processamento diferenciada, coisas de gênio!)
Talvez, em outra galáxia, em algum mundo onde a propagação de som seja semelhante a da terra, outro ser, com outro tipo de mente DE OUTRA ORIGEM, também possa inventar A MESMA MELODIA. Por que não?
Traçando um paralelo, nada pode impedir que culturas diferentes (humanas ou não) "inventem" a roda. Lembrando que "roda" é algo já existente dentro das possibilidades naturais, afinal ninguém consegue inventar o que não é possível.
Esse tipo de força criadora consegue externar sua criação, ao construí-la "aqui fora" da mente, na forma de músicas ou mecanismos, mas no caso da ideia de Deus, o poder de processamento de qualquer mente SEMPRE será inferior à matriz de propriedades necessárias para a exigência de um ser tão supremo, tornando impossível "criar externamente" tão titânico ser, já que na verdade ele não passa de um atalho, um rótulo mental "mágico" criado apenas como justificação (culpa/mérito/causa) de tudo.
Ufa!... é por aí.
COROLÁRIO: NÃO PODE SAIR MAIS DO QUE SE ENTRA.
Para resumir, esse corolário substitui tudo o que escrevi acima, he he he
(Pensando bem, é a mesma coisa que a lei física da conservação, de Lavoisier: "Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma")
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
ALMAS E ESPÍRITOS
Não parece haver em nós nada que se pareça com as fantasmagóricas descrições clássicas de "alma" ou "espírito".
Se assim fosse, a ciência já teria detectado alguma
tendência nessa direção.
O que para mim faz mais sentido, é que seríamos uma espécie
de "cacho de interações", como uma enorme nuvem, que tem a capacidade
de gerar raios e trovões, fenômenos naturais, sem precisar de algo
"unificador e místico" que a justifique, algo como "alma".
Somos verdadeiros fenômenos complexos, com uma boa
capacidade de colher informações, que se armazenam, como os sulcos erosivos nas
rochas, e se processam quimicamente, tudo muito natural, por sinal.
Somos "apenas" resultado de energia química, que
por "culpa da entropia", através da evolução, nos montam como
entidades químicas com capacidades retentoras de informação e processamento.
Nossa consciência seria uma "longa"
multi-interação de micro-processos, que não passam de uma "sopa turbulenta
de elétrons", que seguem órbitas atômicas de arranjos peculiares de
estruturas que chamamos neurônios e que se dissipa com facilidade por qualquer
desarranjo.
A esse processo chamamos de consciência, e ela não é
perfeita, como querem alguns, ao intuírem serem resultado de uma "nobre
alma" a possuir/habitar um feixe de matéria (nosso organismo).
Quero que lembrem que os outros animais também possuem
consciência, e nesses, os adeptos da existência da alma, ou espíritos não
admitem semelhanças com humanos.
Essa "lógica tosca" lembra a errada idéia antiga da
existência da substância "éter", para justificar as transmissões pelo
vácuo.
Querer que houvesse uma alma a nos preencher, demonstra
arrogância, falta de informações e de raciocínio lógico, problemas típicos da
medieval contaminação religiosa, o que inviabiliza um debate sério com tais adeptos, que longe da realidade, ignoram as evidências em prol de inverdades disseminadas boca-a-boca, obscuros memes milenares, iniciados por homens recém saidos das cavernas.
Reforço que somos feitos inteiramente de "matéria
comum", dos mesmos átomos naturalmente encontrado nos bichos, nas plantas,
nas pedras, na água, nas estrelas, poeira cósmica primordial, enfim.
E isso, para mim, nos torna tão dignos quanto o próprio
universo, e não precisamos ser “mais especiais” ainda.
Somos inerentes crias do cosmo, resultado natural de seu
desdobramento, e o estamos processando, e isso é um fenômeno natural. A própria
matéria parece ter essa capacidade de armazenar e processar a si mesmo. Nada de
deuses, almas ou qualquer tipo de superstição! Somente a beleza da existência.
As propriedades físico-químicas que regem as partículas que
por fim geram nossa consciência, são o verdadeiro mistério da questão! De onde
vieram? Por quê existem? De que maneira vieram a existir? Por que o universo, em detrimento do nada?
ESSAS são as verdadeiras, primordiais e absorventes questões!
Contemplemos...
(Nesse meu post de 2010, o assunto tem tudo a ver) http://www.secularista.com/2010/12/homo-maculatus.html
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